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Destinado a professores, com objetivo de dividir experiências, multiplicar conhecimentos e popularizar a Educação Musical.
Segundo Jeandot (1990), a receptividade à música é um fenômeno corporal.
Ao nascer, a criança entra em contato com o universo sonoro que a cerca: sons produzidos pelos seres vivos e pelos objetos. Sua relação com a música é imediata, seja através do acalanto da mãe e do canto de outras pessoas, seja através dos aparelhos sonoros de sua casa.
Em todas as civilizações costumam-se acalentar os bebês com cantos e movimentos. Quantas vezes vemos uma mãe balançar suavemente seu filhinho, ao som de alguma melodia, para acalmá-lo ou adormecê-lo? Na verdade, antes mesmo de nascer, ainda no útero materno, a criança já toma contato com um dos elementos fundamentais da música - o ritmo - através das pulsações do coração de sua mãe.
Segundo a mesma autora, em concordância com diversos outros, vemos também que, antes ainda de começar a falar,podemos ver o bebê cantar, gorjear, experimentando os sons que podem ser produzidos com a boca. Observando uma criança pequena, podemos vê-la cantarolando um versinho, uma melodia, ou emitindo algum som repetitivo e monótono, balançando-se de uma perna para a outra, ou ainda para a frente e para trás, como que produzindo o movimento do acalanto. Essa movimentação bilateral desempenha papel importante em todos os meios de expressão que se utilizam do ritmo, seja a música, a linguagem verbal, a dança etc.
Para Jeandot, as crianças gostam de acompanhar as músicas com movimentos do corpo, tais como palmas, sapateados, danças, volteios de cabeça, mas, inicialmente, é esse movimento bilateral que ela irá realizar. E é a partir dessa relação entre o gesto e o som que a criança - ouvindo, cantando, imitando, dançando - constrói seu conhecimento sobre música, percorrendo o mesmo caminho do homem primitivo na exploração e na descoberta dos sons.