sábado, 27 de junho de 2009

Shinichi Suzuki


Criou o método Suzuki para o ensino do violino. Nascido em Nagoya, filho de um luthier, estudou violino no Japão e na Alemanha. Em 1946, ele lançou o Movimento de Educação para o Talento no Japão: a sua premissa é que todo indivíduo possui talentos que podem ser desenvolvidos pela educação. O método Suzuki se baseia na sua observação do modo rápido e natural como as crianças pequenas aprendem a língua materna. Sua primeira escola, fundada em 1950 em Nagano, viu surgirem em curto prazo vários violinistas famosos. Era filho do dono da maior fábrica de instrumentos de cordas do Japão, é interessante saber o que diz Nancy Curry, ao fazer uma breve biografia do mestre:
“(...) as dez crianças Suzuki viam a fábrica como se fosse um playground, e os violinos, brinquedos – até o dia em que o pai trouxe um gramofone, e eles puderam ouvir, pela primeira vez, o som do violino, em uma gravação. Suzuki trouxe para casa um violino da fábrica, determinado a encontrar aquele lindo som por ele mesmo. Ouvindo repetidamente a gravação e experimentando encontrar os mesmos sons no instrumento, aprendeu sozinho os princípios básicos de como tocar violino e, depois, teve um ano de lições do instrumento e teoria da música, em Tóquio.” (Fonterrada 2005 p. 152).

Assim, Suzuki começou seu aprendizado, foi um autodidata, até ter a oportunidade de ir aperfeiçoar-se na Alemanha. Um dia, um pai procurou-o para pedir que ensinasse o instrumento a seu filho de quatro anos, naquela época as crianças não começavam aprender tocar esse instrumento assim tão pequenas. Suzuki pôs-se a pensar, o dia todo, como poderia, então concluiu:
“Como? Todas as crianças japonesas falam japonês! Esse pensamento foi para mim como um relâmpago numa noite escura... se elas falam tão fácil e fluentemente o japonês, deve haver algum segredo no seu aprendizado. Realmente, todas as crianças do mundo são educadas por um método perfeito: por sua língua materna.” (Suzuki 1994, p. 12).

Em sua obra, Fonterrada (2005), nos aponta alguns aspectos do seu método, a saber:
As crianças são submetidas a um intenso estímulo auditivo; ouvem muitas vezes a gravação que acompanha o livro de exercícios, até que conheçam perfeitamente o que vão tocar; a presença dos pais é fundamental, são eles que desempenharão o papel mais importante, porque em casa, diariamente, tocarão e estimularão a criança a tocar, transformando o aprendizado em atividade lúdica.
Assim, vemos a identificação de seu método com a língua materna: Pela repetição constante, o contato positivo e oferecimento de oportunidade da criança se expressar também. Ele cria um tipo de reprodução do ambiente que proporciona condições de aprender a tocar o instrumento, similares às condições existentes para a aprendizagem da língua.
Seu método se apóia na repetição e memorização, distanciando-se dos princípios defendidos pelos modernos educadores que baseiam suas propostas em outros conceitos de aprendizagem, de construção do conhecimento a partir de hipóteses.
No Brasil, o método também é conhecido e tem seus representantes, como a Universidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul e a professora Shinobu Saito.

Bibliografia

Fonterrada, Marisa Trench de Oliveira. De tramas e fios: Um ensaio sobre música e educação. Ed. Unesp, 2005.

Educação a Distância