sexta-feira, 26 de junho de 2009

Carl Orff


Seu método é conhecido e praticado em todo mundo.
“Este método de auto-descoberta musical incentiva os jovens a fazer sua própria música, a improvisar e a desenvolver composições próprias (...) a música precisava ser desenvolvida pelos próprios executantes.” (Pignatari. apud:Hamel, pg 30)
Foi o método mais difundido na França, tem uma peculiaridade, que vemos no texto de Porcher (1982)
“(...) possui características tão tipicamente germânicas que precisou ser mais ou menos adaptado pelos que o aplicam, de modo a adquirir uma certa flexibilidade que o torna talvez mais condizente com o temperamento francês.”
Como podemos ver em Fonterrada (2005), o folclore alemão não era de tão fácil execução quanto o húngaro, por essa razão não poderia servir de motivação para o método de Orff. Mas, este utilizou o mesmo princípio, da escala pentatônica para trabalhar e elaborar as canções que utilizaria em suas aulas.
“Como vimos acima, a improvisação é parte fundamental de seu método. Dentro da proposta, assumem importante papel as atividades de eco (repetir o que se ouviu) e pergunta e resposta (improvisar um segmento musical depois de ouvido um estímulo). (...) Há também grande ênfase no movimento corporal e na expressão plástica, interligados à experiência musical.” (Fonterrada 2005, p. 148)
As crianças, desde os primeiros estágios praticavam o fazer musical, tendo contato ativo com diversos instrumentos, e a liberdade de improvisar.

“O instrumental Orff (...) é como um grande conjunto de percussão, cordas e flautas doces. É composto por uma família de xilofones (soprano, alto, tenor e baixo), uma família de metalofones, tambores, pratos, platinelas, pandeiros, maracas e outros instrumentos de percussão pequenos, além de violas de gamba e flautas doces. O instrumental é de excelente qualidade musical, com boa ressonância e afinação, e permite uma massa sonora importante, com timbres diversificados, o que faz que as crianças entrem em contato com princípios básicos de combinação de timbres, a partir da experimentação. Nenhum conhecimento de Orff oferecia como técnica ou teoria, ao invés disso, ao contrário, todo conhecimento provinha da experiência. As crianças começam imitando e repetindo, depois são levadas a reagir a um estímulo, contrapondo a ele outro, semelhante ou contrastante, e finalmente a improvisar livremente.” (Fonterrada 2005, p. 151)

Assim, concluímos que a ênfase de seu trabalho está na expressão e não no conhecimento técnico que surge em detrimento da primeira.

Bibliografia

Fonterrada, Marisa Trench de Oliveira. De tramas e fios: Um ensaio sobre música e educação. Ed. Unesp, 2005.
Hamel, Peter Michael. O autoconhecimento através da música: Uma nova maneira de viver e de sentir a música. Ed Cultrix, 1991.
Porcher, Louis. Educação Artística: Luxo ou necessidade? Ed. Summus Editorial, 1982.