sábado, 27 de junho de 2009

Maurice Martenot


Compositor e maestro francês, foi responsável pela criação de um instrumento que chamou “Ondes Martenot".
Seu método centra-se no desenvolvimento do sentido rítmico e dá particular importância ao tempo natural de cada ser humano. Os elementos teóricos só mereciam atenção de sua parte, caso pudessem ser de aplicação prática imediata.
Para Martenot, na primeira fase, a criança deve trabalhar separadamente ritmo, audição, entoação e leitura. Pensava conseguir assim, um maior aprofundamento de cada conceito musical.
O método Martenot baseia-se na observação da criança. Que é bastante instintivo como uma jóia ainda não lapidada.
“o início, Martenot escolhia fórmulas rítmicas curtas e rápidas tendo em atenção o tempo pessoal das crianças. Como elemento positivo deste método podemos salientar o despertar de um espírito de iniciativa e a educação dos reflexos da criança, pois o processo torna-se muito semelhante ao de “um jogo de perguntas e respostas entre o professor e os alunos: a criança cria, então, uma pequena forma que é apenas rítmica mas que constitui já um embrião” (Porcher 1982, p. 75).

Porcher (1982), nos diz ainda sobre as características comuns entre os métodos mencionados que quaisquer que sejam as diferenças existentes na concepção e na aplicação desses métodos, todos eles têm em comum um certo número de princípios que deveriam, parecer-nos, constituir a base de uma pedagogia musical renovada:
-Constante solicitação da criação e da improvisação das crianças (estimuladas pela atitude positiva do professor);
-Concepção aberta da música como função gestual e corporal integradora (descoberta e domínio de si mesmo através de movimentos coordenados e controlados, particularmente batendo palmas);
-Prioridade atribuída, sobretudo no método Martenot, à rítmica, em comparação com os aspectos melódicos, que só intervirão mais tarde. Através desta opção, a prática musical vincula-se às pulsações profundas do vital, que deste modo é reconhecido e assumido, e nelas se alimenta;
-Concepção progressiva da aprendizagem de aspectos rítmicos e melódicos , concretização pelo gesto das diferentes alturas dos sons e da solmização;
-Solfejar levando em conta somente relações entre os sons, e não a altura absoluta, em Koldaly, etc).”
-Concepção global e ampla da educação da voz (ligada à criação corporal e instrumental, preparação necessária às técnicas vocais mais específicas que mais tarde serão praticadas sistematicamente);
-Introdução de noções de solfejo em estreita ligação com a atividade musical, como uma formalização imanente à experiência, e não como atividade a priori sistemática.
-Finalmente, efeito de socialização e, ao mesmo tempo, de individualização da pessoa (utilizar a comunicação musical para expressar-se, para dar à auto-expressão um valor de comunicação, quer dizer, uma espécie de universalidade sensível, através do diálogo musical, da improvisação feita por várias crianças, a criação coletiva que implica o surgimento de um código mais ou menos explícito e estruturante...).

Bibliografia

Porcher, Louis. Educação Artística: Luxo ou necessidade? Ed. Summus Editorial, 1982.